quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Decisões não estão nas mãos de profissionais

O futebol caminha a passos largos para a tão festejada "profissionalização", termo muito usado atualmente que busca dar um caráter mais sério ao esporte-negócio que encanta bilhões de pessoas em todo o planeta. Os clubes estão buscando profissionais para a gestão interna, para o dia a dia e para funções que a bem pouco tempo eram realizadas por pessoas ligadas a política interna dos clubes, hoje profissionais do futebol se encontram em todos os setores, desde a administração de clubes aos atletas, porém dois segmentos muito importantes do futebol continuam sendo composto por pessoas que não recebem remuneração alguma na realização de suas funções, o fazem por "dedicação", por "promoção pessoal-profissional" por "contribuição" ou por "hobbie remunerado" como no caso da arbitragem e nos Tribunais Esportivos.


Acho que já tardou para profissionalizarmos estas duas áreas do futebol, pois não se pode permitir que as principais decisões dentro do campo e fora dela sejam tomadas por pessoas que tem no futebol uma atividade não profissional, sem exclusividade para tal. Escrevo isto com a propriedade de já ter sido árbitro de futebol, ter arbitrado em alto nível de competições profissionais e entender e sentir na pele as dificuldades impostas, em termos de estrutura, para se ter um apoio constante e especializado na busca pela excelência na atividade. Um árbitro não tem respaldo para ter na arbitragem uma profissão regulamentada, com todas as garantias que a legislação trabalhista lhe propicia, não tem apoio institucional para atividades básicas como fisioterapia,preparador físico, academia, nutricionista, médico, odontológico etc etc etc Tudo terá que ser provido pelo próprio árbitro se buscar estes apoios,pois as federações e confederação se limitam a palestras, escalas e taxas...o que é muito pouco para uma atividade tão importante e vital para o futebol.


Os tribunais estaduais da mesma forma, são compostos por pessoas abnegadas que emprestam seus conhecimentos jurídicos e em muitos casos sem se desfazerem de suas cores "clubisticas" eles julgam destinos, punições e impeditivos em carreiras e funções de atletas e demais envolvidos no futebol, muitas vezes apenas relatos mal feitos em súmulas e na teoria de quem não convive com o dia a dia de um clube, de uma carreira, de um mister...


Acredito que na "profissionalização" do futebol estas duas funções:Árbitros e Auditores deveriam ser profissionais e terem exclusividade no exercício de suas atividades, não se pode mais aceitar que as decisões mais importantes no futebol fiquem nas mãos de "amadores", pois eles precisam de segurança institucional, estabilidade e plano de carreira formal e, por mérito, para ascenderem nas carreiras e não ficar a mercê da empatia e/ou outros quesitos que não sejam a competência, responsabilidade, imparcialidade e honorabilidade tão básicas a estas duas funções que decidem o futebol, esporte-negócio de hoje.

Saudações...

Saúde e Paz!!!

Renan Mobarack